O World Press Photo 2016 reúne cerca de 80 mil fotografias de mais de cinco mil fotógrafos de 128 países. As obras selecionadas por um júri internacional encontram-se expostas no museu etnográfico de Budapeste.
Este ano, o prémio do World Press Photo foi atribuído a uma fotografia do fotojornalista australiano Warren Richardson tirada na fronteira entre a Hungria e a Sérvia.
“A exposição mostra de forma poderosa o elemento mais importante da atualidade e talvez até dos próximos anos: a crise migratória, um êxodo imparável. A questão é saber como é que as pessoas reagem a essa realidade”, questionou Tamas Révész, curador do World Press Photo 2016.
A questão dos refugiados divide a Europa e a sociedade húngara, em particular. No referendo deste domingo, 95% dos eleitores húngaros votaram contra a entrada de refugiados no país, mas o escrutínio foi invalidado devido a uma participação eleitoral inferior a 50%.
A crise migratória é também o tema da exposição coletiva “Exodus”, que pode ser visitada no mesmo local. A mostra reúne as fotografias tiradas pelos fotógrafos da agência de notícias Reuters, entre eles as da fotógrafa húngara Bernadett Szabó.
“A máquina fotográfica é como um vidro colocado entre mim e a realidade. Se eu começar a pensar no que se passa, posso parar de fotografar e chorar. Mas, nesse caso, não há fotografias. Já me aconteceu depois de ter terminado o trabalho o quando paro para enviar duas fotografias durante o dia, sentar-me no carro, enviar as fotos e chorar um pouco sozinha”, contou a fotógrafa.
As duas exposições, a do World Press Photo e a da Reuters, podem ser contempladas no Museu Etnográfico em Budapeste até 23 de outubro.