O NÃO da Colômbia ao acordo de paz com as FARC não põe fim ao diálogo com a guerrilha, segundo o presidente Juan Manuel Santos.
Tanto o governo como os combatentes renovaram o compromisso com as negociações, depois do atual entendimento ter sido rejeitado em referendo com 50,23% dos votos.
O ex-chefe de Estado Álvaro Uribe, que fez campanha pelo NÃO, exige uma renegociação do acordo e afirma,
“Todos queremos a paz, ninguém quer a violência. Pedimos que não haja violência, que se dê proteção às FARC e que cessem todos os delitos, incluíndo o tráfico de droga e a extorsão”.
O campo do SIM ao acordo, que prevê o desarmamento da guerrilha, uma amnistia limitada e o acesso das FARC ao parlamento, recolheu apenas 37,43% dos votos.
Um militante da campanha do SIM afirma:
“Este resultado mostra que 50% das pessoas que foram votar deixaram-se convencer por uma mensagem de ódio, uma mensagem de vingança, uma mensagem que nos mantém no passado”.
Entre os partidários do SIM ao acordo, vários sublinham que este é irreversível, uma vez que as FARC assumiram a vontade de tornar-se um partido político.
O resultado do referendo é vinculante para o presidente, mas não para o governo, como sublinham alguns constitucionalistas.
Desde o início das negociações que a Colômbia regista uma diminuição abrupta da violência, com mais de 1.250 dias sem ataques das FARC, sequestros ou atentados contra infraestruturas do Estado.