Vai ser referendado, este domingo, o acordo de paz assinado entre o governo de Bogotá e as FARC para por fim ao mais longo conflito da América Latina.
Paulo Portas foi uma das figuras convidadas pelo chefe de Estado colombiano para fazer campanha pelo “sim” e as últimas sondagens revelam que a população se prepara para dar luz ao acordo.
“Aqueles que votarem sim, não só acabam com as FARC como organização armada, mas também abrem novos caminhos convenientes e úteis para a Colômbia. As pessoas têm direito a votar não, mas devem estar conscientes das consequências do seu voto. Espero que todos os colombianos decidam o rumo que a Colômbia vai seguir no futuro” afirma o negociador do Governo da Colômbia, Humberto de la Calle.
Mas os termos do acordo rubricado a 24 de agosto não são consensuais. O antigo chefe de Estado, Álvaro Uribe, questiona, por exemplo, a impunidade dada às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e o facto de a guerrilha de inspiração marxista se transformar num movimento político.
“ Nós – os defensores do ‘não’ – dizemos em sinal de solidariedade para com os que apoiam o ‘sim’ que queremos a paz. Não estamos preocupados com o facto de as pessoas votarem a favor do acordo, mas com o facto de vermos a democracia perder força na nossa Constituição face ao terrorismo” refere Uribe.
O conflito que se arrastou durante 52 anos provocou mais de 200 mil mortos – a maioria civis – e seis milhões de deslocados.
Euronews: “Nem a chuva, nem o aumento do número de pessoas contra o acordo tem impedido as manifestações de apoio ao processo de paz nas principais cidades do país. As últimas sondagens revelam que 67 por cento dos colombianos vão dizer ‘sim’ ao acordo assinado em Havana.”