A intolerância assassinou um intelectual jordano por causa de uma caricatura.
Nahed Hattar subia as escadas do palácio de justiça de Amã quando foi abatido com três tiros por um imã salafista ultraconservador.
O escritor cristão enfrentava a justiça, acusado de “incitação às divisões confessionais” e de “insulto” ao Islão.
A caricatura que partilhou nas redes sociais e que não era sua, representava um jihadista do grupo Estado Islâmico, no paraíso, deitado com duas mulheres a pedir a Deus que lhe trouxesse vinho e frutos secos, que levasse a loiça e que pensasse em colocar uma porta para bater antes de entrar.
O assassino foi detido e está a ser investigado pelas autoridades.
Um amigo do escritor conta o que pensa. “O povo jordano tem que percebe a seriedade disto. Tem que se unir contras injustos que acusam outros de serem apostatas. O governo tem que tomar uma atitude firme face a estas forças negras. Já são demais os crimes cometidos contra a nossa nação, no Iémen, na Síria e no Iraque. Não é já suficiente? A Jordânia não será capaz de lidar com isto, a Jordânia sofre com a infiltração destas pessoas que se estão a espalhar entre nós”, refere Dergham Halaseh.
O governo jordano condenou o crime e prometeu justiça firme.
Hattar tinha posições controversas. Defendia que a segurança nacional aconselhava a Jordânia a apoiar Bashar al-Assad na Síria e defendia a limitação de direitos aos jordanos descendentes de palestinianos.