A segunda maior milícia do Afeganistão aceitou pôr fim à luta armada e aos atentados terroristas com a assinatura, esta quinta-feira, de um acordo de paz em Cabul.
O entendimento inclui uma amnistia para os combatentes do Partido Islâmico do Afeganistão (Hezb-e-Islamic) com ligações aos Talibã e à rede Al-Qaida.
Os dois campos não chegaram, no entanto, a um acordo sobre a permanência das tropas estrangeiras no país, que o grupo armado continua a rejeitar.
O representante do governo e responsável do Alto Conselho para a Paz, Ahmad Gilani, congratulou-se com a assinatura do acordo:
“Estou contente e confiante com a assinatura deste entendimento, que é um bom ponto de partida para uma paz e uma estabilidade duradouras no Afeganistão”.
O acordo é contestado por parte da população, uma vez deverá permitir a saída da clandestinidade do líder do grupo armado, Gulbuddin Hekmatyar, batizado de “o carniceiro de Cabul” e acusado de vários crimes de guerra nos últimos 14 anos.
Para o analista político, Haroon Mir:
“Não temos a certeza que este acordo vá durar, mas o que sei é que há muitos desafios e muita ambiguidade nos dois campos, este acordo é antes de mais um bom teste e talvez uma lição para as negociações futuras entre o governo afegão e os outros grupos de combatentes como os Talibã e a rede Haqqani”.
Nenhum dos dois outros movimentos armados reagiu à assinatura do acordo de paz, quando o Partido Islâmico do Afeganistão comprometeu-se a cortar todos os laços com os restantes grupos.
Desde o ano passado que Afeganistão, Paquistão, China e Estados Unidos tentam pôr em marcha um plano de paz que ponha fim ao conflito no país, iniciado com a intervenção de Washington contra os Talibã em 2001.