Graças à missão espacial Gaia, podemos conhecer a localização exata de mais de mil milhões de estrelas da nossa galáxia. O projeto da Agência Espacial Europeia pretende criar uma mapa 3D da via láctea. As primeiras versões do mapa, em 2D, foram criadas na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
“Gaia é um satélite de astrometria. Foi concebido para medir as distâncias e o movimento das estrelas, sobretudo na nossa galáxia, e também um pouco fora dela. Se conseguirmos fazer um mapa do movimento das estrelas, podemos diferenciar os diferentes grupos de galáxias que surgiram ao mesmo tempo que a nossa, e tentar perceber como é que a nossa galáxia se formou e de onde vêm os seus diferentes elementos”, afirmou William O’Mullane, antigo gestor do projeto Gaia e atual diretor do Serviço Científico da Agência Espacial Europeia.
Para já, o satélite Gaia localizou 1142 milhões de estrelas e captou as distâncias e os movimentos pelo universo de mais de dois milhões de estrelas.
“Os primeiros dados contêm as posições de mil milhões de estrelas, o que nos permite ver a aparência do céu à noite, quando o observamos de forma aleatória com um telescópio que consegue ver estrelas longínquas”, explicou Timo Prusti, um dos cientistas europeus que trabalha na missão Gaia.
Apesar de ser um grande avanço científico, o catálogo representa menos de 1% das estrelas da Via Láctea. Ainda há muito trabalho para fazer. “O satélite tem uma duração prevista de de seis anos. Mas, potencialmente a duração pode ser maior, se não ficarmos sem energia, pode ser superior a dez anos”, disse William O’Mullane.
Os dados que acabam de ser apresentados pela Agência Espacial Europeia representam catorze meses de observações diárias. Para o final do ano, são esperados novos dados.