Lula da Silva vai sentar-se no banco dos réus, acusado de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da petrolífera Petrobrás, Nestor Cerveró, atualmente detido.
O ex-presidente brasileiro foi constituído arguido no processo ‘Lava-Jato’ por tentativa de obstrução à Justiça.
A decisão do juíz de Brasília inclui outras seis pessoas alegadamente implicadas no escândalo de corrupção, entre os quais o antigo senador do Partido dos Trabalhadores, Delcídio do Amaral, que tinha denunciado a alegada tentativa de suborno.
Lula da Silva é suspeito de ter ordenado o pagamento de cerca de 77 mil dólares para evitar que o antigo diretor da Petrobrás concluísse um acordo com a Justiça para denunciar a trama de corrupção.
Num comunicado, os advogados do ex-presidente reafirmam que, “Lula nunca interferiu ou tentou interferir nas declarações ligadas à operação ‘Lava-Jato’. A acusação baseia-se exclusivamente na denúncia de um réu confesso e sem credibilidade – que fez um acordo com o Ministério Público Federal para ser transferido para prisão domiciliar”.
Os advogados do antigo chefe de Estado apresentaram ontem uma queixa junto do Comité dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra, para denunciar a divulgação das suas escutas telefónicas como um “abuso de poder”.
O ex-presidente reagiu de forma lacónica à decisão da justiça, em São Paulo, durante a Conferência Nacional dos Bancários. Segundo o jornal Folha de São Paulo , Lula afirmou, “eu não ia falar dos meus problemas pessoais, mas fiquei sabendo aqui que foi aceita uma denúncia contra mim por obstrução de Justiça. Vamos ver o que é”.
