Você sabe o que é um ciborgue? | Feat. Camila Laranjeira (Canal Peixe Babel)
Hum... Acho que seria tipo uma pessoa com partes robóticas, como o Robocop ou o Darth Vader.
É uma boa resposta! Não tá errado mas também não tá completo. Eu vou te fazer outra pergunta: O capitão gancho é um ciborgue? E os piratas que usavam perna de pau, são ciborgues? Não tem nada de robótico num gancho nem numa perna de pau.
Nessa você me pegou! Então acho que uma definição melhor seria uma pessoa que usa dispositivos artificiaispra estender suas habilidades.
Agora ficou melhor! A palavra ciborgue foi definida nos anos 60 na época da corrida espacial, antes do primeiro homem ser enviado pro espaço! O pesquisador Manfred Clynes usou esse termo pra se referir a uma pessoa artificialmente extendida, ou seja, uma pessoa que ganhasse novas habilidades usando dispositivos que cooperem com as funções naturais do corpo.
Que louco! Mas pera aí.. isso significa que um astronauta pode ser considerado um ciborgue! Já que todo aquele equipamento permite que ele sobreviva no espaço.
De acordo com a definição clássica, sim! Da mesma forma que a gente consegue respirar debaixo d’água usando equipamentos de mergulho. Desde o tempo das cavernas a motivação do ser humano é vencer suas limitações, que é a essência da definição de ciborgue. Nossos antepassados criavam ferramentas pra caçar, roupas pra sobreviver em lugares muito frios...
A diferença é que estamos muito acostumados com a tecnologia mais “normal”, mas se você parar pra pensar, nós já temos poderes sobrehumanos!
Nossa! Pode crer! O telefone por exemplo pode ser considerado uma forma de super audição, já que a gente consegue ouvir normalmente uma pessoa até do outro lado do mundo. [Aliás, pode escolher o exemplo que preferir: microscópios, telescópios, até rádio e televisão serve.
Exato! Do mesmo jeito que com uma marreta você quebra uma parede de tijolos mesmo sem ter super força.
Além do mais, do ponto de vista fisiológico, toda vez que operamos uma ferramenta, seja ela um telefone, uma marreta, ou até, sei lá, um carro, o nosso cérebro se adapta tão bem que enxerga a ferramenta como parte da representação do nosso corpo. Você por exemplo consegue escovar os dentes sem olhar no espelho, porque temporariamente a escova de dente é parte de você! Ou pelo menos é o que o seu cérebro acredita. Sua noção espacial, ações, reações, tudo é naturalmente adaptado pra considerar a nova extensão do corpo.
Alguns autores acreditam que essa capacidade foi fundamental para que os seres humanos se tornassem tão habilidosos ao manipular ferramentas.
Mas hoje em dia não existe um consenso sobre qual definição melhor atende a palavra ciborgue.
A maioria já não se satisfaz com a definição clássica, pois não basta uma extensão mental, é necessário estar biologicamente conectado. Pra esses um par de óculos não te faz um ciborgue,
mas talvez uma lente de contato faça. Então nada de capitão gancho e nada de pernas de pau, a tecnologia tem que estar literalmente conectada a você. Mas é aí que a coisa fica mais legal!
Pernas robóticas, impressora 3D de órgãos, chips no nosso corpo... Olha, esse assunto vai longe!
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