BRASÍLIA - Os investigadores que rastrearam as MPs objeto do lobby dos bancos liquidados afirmam que, na origem, o grande negócio era o Banco Nacional e a bilionária carteira de FCVS da instituição. Com o tempo, houve uma diversificação e passaram a atuar também visando a outros bancos. Num resumo, consideram que a MP 510 abriu a porta, a 627 a escancarou e nas medidas 668 e 675 tentaram eternizar os benefícios para antes e depois da liquidação dos bancos.
Sobre a MP 608, de 2013, que recebeu emenda do deputado Eduardo Cunha, os investigadores acreditam que o conteúdo era o que menos importava. O assunto é citado no bilhete encontrado na casa do chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral, Diogo Fernandes, preso na Lava-Jato, como motivo do pagamento de R$ 45 milhões pelo BTG Pactual. Os investigadores suspeitam que um dos objetivos da emenda era inserir Cunha nas discussões. Outro seria afastar o risco de que benefícios conquistados em outras MPs, como na 510, caíssem ou fossem questionados. Em sua defesa sobre o bilhete, Cunha afirmou que sua emenda não beneficiava o BTG/Bamerindus.
http://oglobo.globo.com/brasil/rastreamento-aponta-que-lobby-por-mps-foi-se-diversificando-18230606