Augusto Boal

2015-03-06 61

A Mostra Augusto Boal, sediada no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro desde o dia 13 de Janeiro de 2015, traz aos palcos, murais, vozes, aquela que foi uma das principais figuras do teatro brasileiro. A amarração de vários campos – música, cinema, leituras, oficinas teatrais, fotografia – faz da mostra uma antessala para quem quer chegar mais perto, e serve de convite para a iniciação/aprofundamento no conhecimento teatral do dramaturgo que levou a sério a necessidade de desdobrar o programa político-estético-método Brecht.

A começar pela compilação de nomes fortes do teatro épico no Brasil, a largada é dada pela Companhia do Latão, encenando a peça Os que ficam, que trabalha textos da autoria de Boal e apresentam questões ao público – como é de costume do grupo – atuais para pensar o nosso lugar frente aos problemas políticos e sociais do país, o nosso lugar como atores. Para isso, misturam as trajetórias familiares de luta contra a ditadura, alguns se apresentando como filhos de militantes de política e de teatro; a leitura por Julian Boal de cartas de seu pai aos seus companheiros de trabalho no Brasil, desde o exílio; uma dura crítica à produção mercantil de arte na televisão, e a instrumentalização do trabalho do ator neste espaço; e questões que são de ontem e se mostram gritantes, de hoje, como a fragmentação da esquerda e a necessidade de pensar a política estratégica.
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