No fim do cerco de quase dois meses que as forças do grupo Estado Islâmico imposeram à cidade síria de Kobane, o cenário é desolador.
Outrora com cerca de 50 mil habitantes, a cidade situada perto da fronteira com a Turquia é praticamente um gigantesco monte de escombros, onde contudo vivem muitos dos que não conseguiram fugir.
Entre os que ficaram está uma mulher curda que perdeu uma das filhas, ferida durante um bombardeamento:
“Fomos atingidas por um morteiro. Eu carregava as minhas duas filhas que foram feridas no meu colo. Uma delas foi enviada para a Turquia e morreu lá. Trouxemos o seu corpo para cá e sepultámo-lo em Kobane”.
As autoridades locais estimam que cerca de dois mil habitantes, na maioria curdos, ainda permanecem na cidade. Muitos outros conseguiram sair da cidade mas a entrada a território turco é difícil porque Ancara já acolheu mais de 160 mil sírios fugidos da guerra.
“Os turcos tratam-nos mal. Não nos deixam entrar e regressar. Não nos deixam alimentar. Nada, nada. O YPG envia-nos pão e alimentos a partir da cidade”, sublinhou um refugiados nos arredores da Kobane
A ONU anunciou que o auxílio humanitário foi suspenso por falta de recursos financeiros.
No seu maior apelo humanitário de sempre, as Nações Unidas solicitaram ajuda no valor de 3,74 mil milhões de dólares, mas receberam até agora apenas 39% desse montante.