O preço do petróleo afundou esta quinta-feira, depois da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter decidido não cortar a produção, apesar da forte queda dos preços.
Após cinco horas de reunião, e apesar da oposição de alguns países, a OPEP decidiu guardar a produção em 30 milhões de barris por dia, para manter quota de mercado, e parece pronta a aceitar qualquer preço.
Abdalla Salem El-Badri, secretário geral da organização, garante: “Não queremos entrar em pânico e queremos ver como se comporta o mercado, porque a queda dos preços não reflete mudanças fundamentais. É verdade pelo menos, no que vemos na OPEP”.
Os preços do petróleo estão em queda livre, desde o verão.
Em junho, o Brent atingiu 115 dólares. Mas esta quinta-feira chegou a recuar mais de 6%, aproximando-se dos 70 dólares. O crude do Texas valia ainda menos.
Alguns analistas receiam ver repetir-se o cenário de 2008.
Neil Atkinson, analista do Lloyds List Intelligence, recorda: ‘‘Até ao fim de dezembro o preço do barril tinha recuado para 36 dólares. Não vou dizer que voltará a acontecer, mas se ocorreu em 2008 também é possível acontecer agora, tendo em conta a rápida acumulação da produção e o fraco crescimento da procura.”
Alguns países da OPEP, como Venezuela e Argélia, desejavam baixar a produção, para preservar as próprias receitas petrolíferas.
Segundo alguns analistas, a decisão da OPEP mostra que a Arábia Saudita pretende manter a pressão no mercado para penalizar a produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos, e que é, em parte, responsável pela atual queda dos preços.