Ainda não é oficial mas a Tunísia começa já a preparar-se para uma segunda volta da eleição presidencial, que será disputada entre o atual presidente, Moncef Marzouki e o líder do partido Nidaa Tounès, Béji Caïd Essebsi.
O resultado oficial da eleição só é conhecido no dia 26, mas os responsáveis da campanha de Essebsi garantem que leva vantagem para a segunda volta:
“O senhor Beji Caid Essebsi, de acordo com os resultados preliminares, tem uma distância significativa do seu rival. E queremos agradecer ao povo tunísino a confiança que nos acordou”, diz o responsável pela campanha, Moshen Marzouk.
No campo de Moncef Marzouki também se reivindica a vantagem para a segunda volta. Mas a imagem do atual presidente surge algo desgastada pelo exercício do cargo e pelos protestos contra a sua candidatura por parte de algumas centenas de cidadãos da sua terra natal, Sousse.
O protesto ocorreu no próprio dia da eleição, numa manifestação não autorizada. A polícia foi obrigada a intervir. Algumas pessoas foram detidas.
Para além deste incidente, a eleição decorreu de forma pacífica e democrática. Com uma afluència às urnas de mais de 64 %.
O analista político, Hammadi Rdissi, afirma:
“As pessoas no mundo árabe olham para a Tunísia como uma espécie de laboratório. Como que dizendo, nós podemos fazer isto. Não é um mito, pode ser a realidade. As eleições e a democracia são possíveis nos países islâmicos”.
Estas são as primeiras eleições presidenciais por escrutínio direto, na Tunísia independente. Decorrem um mês após as legislativas, num processo democrático saudado pela comunidade internacional.