México: Polícia detém e liberta 15 pessoas após ataque ao Palácio Nacional

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Pelo menos 15 pessoas acabaram detidas pela Polícia Federal do México na sequência do ataque de sábado à noite ao Palácio Nacional, no Distrito Federal mexicanos. O ataque ao edifício habitualmente usado pelo Presidente Enrique Peña Nieto foi culminar da massiva manifestação com mais de 3 mil pessoas que protestaram pela apatia do governo e da justiça face ao desaparecimento de 43 estudantes no final de setembro no Estado mexicano de Guerrero.

#YaMeCanse Those 3 words have finally torpedoed any credibility left in Enrique Peña Nieto’s administration. EPN pic.twitter.com/sytCwoZEhL— Huracán Güero™ bichi (VancouverGuero) 8 novembro 2014

Após interrogados na Subprocuradoria Especializada na Investigação da Deliquência Organizada, que funciona sob a Procuradoria-Geral da República (PGR), os detidos foram libertadas. Alguns deles saíram após pagar fiança, acusados de motim e danos a monumentos históricos – considerados crimes não graves.

A manifestação em prol do regresso dos estudantes tem crescido em apoio popular e, para além da justiça, o Presidente também é visado. A demissão de Enrique Peña Nieto é exigida. Luis Manuel Sanchez Navarro, um dos manifestantes, defendeu que, “a todos os níveis”, a justiça está de rastos”. “Temos um péssimo governo. Eu espero que não aconteça, mas o que eles estão a provocar é que o povo se enfureça e que se passe algo de grave”, alertou.

#Mexico: 5 days & 195km the #43×43 march from Iguala to Zócalo, arrived in support of the #Ayotzinapa students today pic.twitter.com/V67IRf4IKK— Revolution News (@NewsRevo) 10 novembro 2014

O ataque ao Palácio Nacional do presidente do México foi o culminar da massiva manifestação e foi levado a cabo por um grupo limitado de pessoas com a cara tapada. Os agressores não conseguiram entrar no edifício, mas foi ateado fogo a uma das portas e as paredes foram pintadas.

A mob of protesters set fire to the wooden door of Mexican President Enrique Pena Nieto’s ceremonial palace in Mexico pic.twitter.com/fgQBLPLswn— World News Network (@world_wnn) 9 novembro 2014

Os estudantes desapareceram na noite de 26 de setembro, após terem sido alvo de alegados ataques da polícia local e de membros do cartel “Guerros Unidos” à escola de Ayotzinapa, no Estado de Guerrero. Os manifestantes continuam a reclamar o regresso dos estudantes com vida, mas os receios de que já estejam mortos cresce.

Na sexta-feira, o Procurado Geral Jesús Murillo citou a alegada confissão de três membros dos “Guerreros Unidos”, que foram detidos, de que os estudantes entregues ao “cartel” pela polícia municipal de Iguala e Cocula já haviam sido “executados”.

Informe del Procurador General de la República, Jesús Murillo Karam, por sucesos en #Iguala. http://t.co/SJQyk0w16Q pic.twitter.com/kfhwRp36lT— PGR México (@PGR_mx) 8 novembro 2014

Com o país em polvorosa, Enrique Peña Nieto não se coibiu de manter a agenda oficial. Acompanhado pela esposa, Angélica Rivera, o Presidente do México chegou esta quarta-feira a Pequim, para participar Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico e reunir-se à margem dessa cimeira com o chefe de Governo chinês, Xi Jinping. O objetivo de Nieto é reforçar o papel do México como um dos mais importantes parceiros comerciais da segunda maior economia do Mundo.

Mexican President Enrique Pena Nieto arrived in Beijing Mon. to attend #APEC Economic Leaders’ Meeting. pic.twitter.com/GNfVtehKax— People’s Daily,China (@PDChina) 10 novembro 2014

Ainda assim, numa escala em Anchorage, Alasca, desta viagem de quase 24 horas, Peña Nieto acedeu a falar para condenar os atos de violência de sábado à noite contra o Palácio Nacional. “É inaceitável que alguém pretenda utilizar esta tragédia para justificar os seus atos de violência. Não se pode exigir justiça atuando com violência”, afirmou.

Depois da China, Peña Nieto tem ainda prevista uma visita oficial à Austrália para participar, em Brisbane, numa reunião do G20.