Apoiantes ou detratores à parte, o que é certo é que resultado expressivo do referendo na Catalunha reforça o debate sobre a independência e a reforma constitucional em Espanha.
Na capital, Madrid, uma residente diz que o voto deste domingo foi “totalmente antidemocrático, porque não considerou todos os espanhóis e a Catalunha pertence à Espanha”.
Outro diz que “os nacionalismos [como o catalão] são uma ideia romântica”, mas que “não parece possível, hoje em dia, nomeadamente do ponto de vista económico e o que aconteceu ontem foi outro exemplo disso”.
Apesar de não apoiar a separação, a oposição socialista considera que o escrutínio evidencia a necessidade “urgente” de reformar a Constituição.
Em Barcelona, uma residente diz-se “orgulhosa de ser catalã, depois de ter podido exprimir” a sua opinião e pede a Madrid que deixe os catalães “decidir o que querem fazer”.
Outro afirma que “é preciso iniciar um diálogo. Os catalães sentem a necessidade de ser ouvidos e esse sentimento não está a ser considerado pelo governo espanhol”.
80,76 por cento dos eleitores catalães votaram este domingo a favor da independência, numa consulta popular de valor apenas simbólico, já que o Tribunal Constitucional espanhol tinha decretado a sua suspensão.
Aplaudido ao regressar esta segunda-feira ao trabalho, o presidente catalão, Artur Mas, sai reforçado pelo resultado e espera-se que exerça pressão sobre Madrid para obter um verdadeiro referendo.