O presidente do Burkina-Faso decretou o estado de emergência no país, depois de ter desistdo de rever a constituição para poder continuar no poder.
Perante a onda de confrontos nas ruas, que causou já vários mortos, o presidente Blaise Compaoré anunciou que abandona este projeto de revisão constitucional.
Frente ao parlamento, que tinha sido saqueado pela multidão, os manifestantes chegaram a anunciar uma dissolução da assembleia, que não foi confirmada.
O projeto de revisão constitucional estava na base dos confrontos. Se fosse aprovado, permitiria a Blaise Compaoré disputar mais um mandato. Compaoré está no poder há 26 anos.
Além do parlamento, também a televisão pública foi saqueada pelos manifestantes. A mesma televisão que anunciou o recuo do presidente, mas sem imagem, por causa da destruição de equipamento.
Os confrontos centram-se na capital, Ouagadougou, mas estenderam-se já à segunda cidade do país, Bobo Dioulasso, onde a câmara municipal e a sede do partido do governo foram incendiadas.
Depois de tomar o poder por golpe de Estado em 1987, Compaoré foi eleito quatro vezes. A atual constituição estabelece um limite de dois mandatos presidenciais.