Oficialmente o cessar-fogo no leste da Ucrânia entrou em vigor há cerca de um mês, mas na prática não saiu do papel.
Em 30 dias de combates entre as forças governamentais e os rebeldes pró-russos mais de 80 pessoas perderam a vida.
O acordo assinado no início de setembro não conseguiu por termo à violência como contam os habitantes de Donetsk.
“As varandas foram atingidas por estilhaços. Está tudo a arder. Se não tivéssemos mandado embora o nosso filho, a esta hora já estava morto. Aqui só se ouvem tiros e gritos” afirma Valentina Kovaleva, habitante de Donetsk.
Só esta segunda-feira, quatro civis morreram e quatro ficaram feridos num bombardeamento num bairro de Donetsk junto ao aeroporto.
“Como podem falar em cessar-fogo? Podem ter conversado e até negociado um acordo, mais isso não muda nada. Continuamos a ser bombardeados” refere Raisa Kozlova, habitante de Donetsk.
Há, no entanto, quem acredite que, ainda, é possível salvar o cessar-fogo. A responsável para as questões europeias do Departamento de Estado norte-americano deslocou-se a Kiev. Enquanto, alguns países europeus admitem enviar soldados para o terreno para supervisionar a aplicação de um acordo para já teórico.