“Star Trek Fase 2” é o nome da série produzida pelos fãs da obra de culto.
O projeto iniciado nos anos 90 já deu origem a onze episódios. O décimo segundo episódio deverá ser transmitido na Internet ainda este ano.
Graças aos milhões de fãs da saga de ficção científica foi possível pagar um estúdio em Nova Iorque e lançar mãos à obra. A julgar pelo número de visualizações, a aposta foi ganha. O produtor executivo James Cawley mostra-se entusiasmado.
“Os episódios foram descarregados milhões de vezes. Penso que a maior transferência foi ‘Blood and Fire – parte 1 e 2’. É animador ter milhões de transferências. Ao mesmo tempo é assustador ter tanta gente interessada em ver-nos”, conta o produtor executivo James Cawley.
Com um orçamento reduzido, não é possível passar muito tempo a ensaiar. O lema da equipa é : “depressa e bem”.
Há muito trabalho para fazer. Os voluntários são bem-vindos mesmo que não tenham experiência em televisão.
“Vamos treinando e trabalhando durante a rodagem. Mesmo que não saibam nada sobre filmagens as pessoas podem aparecer e no final da rodagem encontram um trabalho dentro da nossa organização”, contou o produtor Andrew Grieb.
Apesar da falta de meios, a produção aposta em seguir à risca a estética da obra original.
Os fãs que conhecem a série de cor e salteado apreciam a atenção dada ao detalhe.
O diretor de fotografia garante que nada é deixado ao acaso.
“Somos muito exigentes em relação aos detalhes, queremos que seja como na série original. Ao nível da luz e das cores, dos ângulos de filmagem, dos filtros. É como se viajássemos no tempo, até aos anos 60 e filmássemos como se filmava nesse tempo”, explicou Jeff Barklage.
A maioria dos atores são amadores mas a produção recrutou profissionais para as personagens mais emblemáticas. O papel de Spock incarnado na série original por Leonard Nimoy coube a Brandon Stacy.
O trabalho de caracterização é uma das etapas primordiais. A pressão é imensa. Nenhum ator quer dececionar os fãs de Spock, uma personagem hibrida mistura de vulcano e humano.
“Alterno entre duas ou mais personalidades de cada vez. Dou uma no cravo outra na ferradura, o importante é conseguir o equílibrio e penso que é isso que o Spock faz”, disse Brandon Stacy.
Tal como no mito do rei Midas, há quem diga que a versão de Star Trek criada pelos fãs e para os fãs está a tornar-se ela própria num objeto de culto.