Amnistia Internacional alerta UE sobre "Fortaleza Europa"

2014-09-30 3

A Amnistia Internacional apela a um reforço europeu de meios de busca e salvamento para resgatar os imigrantes no Mediterrâneo. Esta terça-feira, a organização não-governamental divulgou o relatório “Lives adrift: Refugees and migrants in peril in the central Mediterranean”, no qual alerta para um aumento do número de mortos resultante da passividade do velho continente.

“A União Europeia está certamente a contribuir para a espiral do número de mortos que vemos no mar, porque está a selar as fronteiras terrestres, em particular no sudeste da Europa. E aprecebemo-nos de que enquanto o número de pessoas a tentar cruzar as fronteiras diminuiu, por outro lado cada vez mais pessoas participam na viagem arriscada”, disse Matteo de Bellis, da Amnistia Internacional

Efi Koutsokosta, Euronews: “A Amnistia Internacional assinalou um novo recorde de mais de 2500 mortos ao longo dos primeiros nove meses de 2014 no Mediterrâneo Central. Por isso, os eurodeputados pediram ao Comissário indigitado Dimitris Avramopoulos respostas específicas e referências temporais.”

O lançamento do relatório, em Bruxelas, aconteceu horas antes da audição do comissário apontado para a Migração e Assuntos Internos. Dimitris Avramopoulos disse que é preciso repensar a ação da Agência Europeia de Gestão das Fronteiras Externas: “A segurança não tem de fazer-nos transformar a Europa em uma fortaleza. Ajudem-me a reforçar a Frontex. Porque a Frontex serve o propósito de garantir a segurança das fronteiras e não o de fazer buscas e salvamentos. É algo que teremos de examinar.”

As explicações não convenceram por completo a eurodeputada verde Ska Keller: “Foi muito abrangente em algumas áreas e até entendo porque é novo no cargo, não pode responder a cada detalhe. Gostava de ter percebido concretamente o que é pensa fazer, mas na resposta indicou basicamente que não quer começar uma nova reforma, mas implementar a existente.”

As audições dos comissários indigitados prosseguem esta quarta-feira, dia em que o espanhol Miguel Arias Cañete comparece perante os eurodeputados. Proposto para a pasta da Ação Climática e Política Energética, este foi um dos nomes que mais gerou polémica.