Terminaram as negociações para o tratado de livre comércio entre a União Europeia e o Canadá. Com a entrada em vigor do acordo, a Europa espera aumentar o comércio bilateral em 23%, o que representa mais de 25 mil milhões de euros.
Esta sexta-feira anuncia-se publicamente o fim das negociações na cimeira bilateral de Otava, mas alguns eurodeputados não estão totalmente de acordo em certos pontos.
“Neste acordo existe um mecanismo bastante particular sobre o investimento, que autoriza as empresas a atacar os Estados quando as decisões públicas não lhes interessam ou colocam em causa os lucros. A título de exemplo, uma empresa norte-americana ataca o Governo do Quebeque e exige 250 milhões de dólares de compensação porque o Quebeque proíbe a exploração de gás de xisto”, explicou o eurodeputado verde Yannick Jadot.
Para outros, os tribunais arbitrais já são uma realidade no comércio internacional. É preciso exigir garantias mas sem necessidade de colocar todo o documento em causa.
“Não espero alterações no texto. Precisamos, no entanto, de uma análise legal, para que os peritos verifiquem todos os detalhes e aspectos legais envolvidos. Isso vai, provavelmente, conduzir a alguns acertos. Mas vejo como pouco provável a reabertura de novas negociações. O processo tem anos, as negociações são bastante complexas, e temos de ver o texto final antes de podermos votar no Parlamento Europeu”, acrescenta Marietje Schaake, da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa.
O acordo de livre comércio terá de ser aprovado pelos 28 Estados-membros e pelos eurodeputados. Espera-se que entre em vigor em 2016.