Os laços entre Escócia e Reino Unido não são apenas políticos.
Quanto vale a economia escocesa dentro e fora do Reino Unido? Os números contraditórios das duas partes centraram parte do debate para o referendo.
Graças aos recursos naturais e com base no rendimento per capita, a Escócia é, segundo Edimburgo, uma dos países mais ricos da Europa e décima quarta no quadro da OCDE.
A Escócia é responsável por 9,2% do PIB do Reino Unido. Mas quase 70% das exportações tem como destino o território britânico.
Ivan McKee, empresário a favor da independência, defende: “Temos um PIB per capita maior do que o resto do Reino Unido. É um país próspero. O problema é que a riqueza não fica aqui, para uso do povo escocês. A independência dá-nos a oportunidade de controlar isso”.
A indústria petrolífera é um dos grandes setores económicos da Escócia. O primeiro-ministro escocês estima que corresponda a mais de 4% do PIB.
A Escócia detém 96% das reservas de petróleo e gás do Reino Unido e estima-se que o setor possam gerar 15% das receitas da Escócia independente.
David Phillips, do Instituto de Estudos Fiscais, recorda: “No futuro, as receitas do petróleo na Escócia podem eventualmente cair para níveis insignificantes e a população está a envelhecer mais depressa do que no resto do Reino Unido. Se não impulsionarem depressa o crescimento, enfrentam mais pressões sobre o orçamento do que o Reino Unido. Isso poderia significar maiores aumentos de impostos ou maiores reduções de despesas a longo prazo para equilibrar o orçamento”.
Atualmente com com oito milhões de habitantes, as previsões de crescimento da população na Escócia revelam-se inferior ao do Reino Unido, com impacto no desenvolvimento económico e nas receitas.
A Escócia gera hoje 9,1% das receitas fiscais do reino de Sua Majestade.
Além disso vários bancos, como Royal Bank of Scotland, ameaçaram mudar as sedes da Escócia para Londres. E o impato seria importante tendo em conta que os bancos e seguros são o quinto setor económico do território.
Uma Escócia independente terá também de assumir uma parte da dívida pública britânica e quanto à questão da moeda, Londres já disse que não aceita uma partilha da libra.
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