O preço do barril de Brent atingiu esta quarta-feira mínimos de 16 meses. O barril para entrega em outubro chegou a valer menos de 99 dólares, com o mercado a refletir um recuo da procura e um aumento da oferta, em especial por parte dos Estados Unidos.
Em janeiro, o preço do barril da OPEP atingia os 104,71 dólares. em junho atingiu quase 108. Para setembro, a organização pretende 98,46 dólares por barril.
O analista de matérias-primas do Saxo Bank, Ole Hansen, explica: “O aumento da oferta está a manter os preços sob pressão. Alguns dos riscos geopolíticos, que vimos aumentar durante o verão, sobretudo, relacionados com o Iraque, desapareceram. Entramos numa época do ano, nos próximos meses, na qual a procura das refinarias tende a desacelerar. Por isso, a perspetiva a curto prazo é de preços ainda mais baixos”.
No relatório mensal, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) baixou ligeiramente as previsões de consumo para este ano e para o próximo.
Entre os países membros há divisões sobre a política a seguir e a próxima reunião para discutir o nível da produção é em novembro.
A queda dos preços começa a refletir-se nas finanças de países como Argélia ou Irão. Já a Arábia Saudita anuncia ter reduzido a produção em agosto.
O analista Ole Hansen argumenta: “O aumento da produção da OPEP, no último ano, pretendia aliviar a pressão devido à redução do abastecimento da Líbia. Este está a voltar e devemos esperar uma reação mais tarde ou mais cedo. Neste momento, vemos um aumento da produção do Iraque e pode eventualmente subir a do Irão. A Arábia Saudita parece disposta a abdicar da quota de mercado”.
Desde junho, os preços do barril de Brent recuaram 14% Há países, como a China, que aproveitam para fazer reservas.
Na Europa, isso refletiu-se numa queda de 2% dos preços da energia em agosto, agravando a tendência de deflação na zona euro. O certo é que quando o preço do petróleo estava em alta, os analistas evocavam uma séria ameaça ao crescimento da região.