Deixo o pensamento voar
ele precisa de voar
sem ser empurrado pelo vento
(cavalo gigante a galopar sem rumo)
deixo-o voar
sem a turbulência
das insónias salgadas
deixo-o voar
com a liberdade e serenidade
do silêncio
para poder estancar as águas
e chegar ao cume da consciência
sem conflitos
presentes e passados
deixo-o voar
corpo abandonado
olhos presos ao teto
não há longe
não há perto
há o espaço cruzado
pela luz da consciência
do amor ao Universo.
Teresa Gonçalves
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Eu...
não me quereria prisioneira
das asas da imaginação que afoga
e perturba o meu voo
esta forma calma de estar
na quietude do meu mar
Não quereria
o ruminar de ideias
na bola de neve que gela o meu raciocínio
Não quereria que a mente perturbasse
o deambular interior no veludo do meu "Eu"
Não quereria perguntas constantes
desta mente que confunde,
me dispersa por veredas errantes
nas escadas do meu peito
em cogitações delirantes
controversas
Na amplidão do consciente
digo não à imaginação
na fertilidade de imagens que inundam o coração
na vertigem das miragens
entrego o meu saber ao Eu que eu sou
no perfume que se evola.
Quero a alegria do Agora
chave da libertação
desta mente que devora
...
Quero o pensamento
de mãos dadas com a consciência
na iluminação da minha quietude
e paciência
Quero o conhecimento da consciência
que me conduza às profundezas da alma
ao encontro do Ser
que eu Sou.
Aqui,
calarei a voz da mente, nada mais
me perturbará a beleza consciente
do Amor, Alegria e Paz.
É este o alimento
que a libertação me traz.
Manuela Barroso