Testemunha faz acusações sobre máfia dos auditores fiscais de SP(Antonio Donato PT)

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JN Edição do dia 16/01/2014
Testemunha faz acusações sobre máfia dos auditores fiscais de SP
JN teve acesso com exclusividade ao depoimento de uma testemunha-chave. Ela aceitou falar em troca de uma possível redução da pena.
O Jornal Nacional teve acesso com exclusividade ao depoimento de uma testemunha-chave da investigação da máfia dos auditores fiscais de São Paulo. Essa testemunha aceitou falar em troca de uma possível redução da pena. O repórter Walace Lara relembra o caso.
O depoimento da chamada "Testemunha Gama" foi tomado no fim de dezembro, na sede do Ministério Público de São Paulo. Os promotores investigam a ação de auditores fiscais acusados de liberar irregularmente o termo de quitação do ISS para construtoras em troca de propina. A fraude pode ter desviado R$ 500 milhões dos cofres da prefeitura.

Os auditores Luís Alexandre de Magalhães, Eduardo Barcellos, Carlos Augusto Di Lallo e Ronilson Bezerra chegaram a ser presos pelos crimes de corrupção e formação de quadrilha, mas foram soltos e respondem em liberdade.

Além dos quatro auditores que chegaram a ser presos, o Ministério Público investiga ainda a ação de outros agentes públicos. No depoimento, a testemunha mantida em sigilo fez acusações, baseadas em conversas que ela ouviu de terceiros.
Em 13 páginas, a testemunha afirma que o ex-subsecretário da Receita - e também investigado - Ronilson Bezerra visitava frequentemente Antonio Donato, do PT, para tomar cerveja e repassar dinheiro que tinha como origem a cobrança de propina.
Donato foi afastado da secretaria de governo de Fernando Haddad depois que seu nome foi envolvido no escândalo.

Segundo o Ministério Público, os auditores fiscais investigados marcavam reuniões em uma sala, no centro de São Paulo. Ali, os promotores encontraram R$ 88 mil em dinheiro vivo. O aluguel estava em nome de Marco Garcia - irmão do secretário de Desenvolvimento Econômico do estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, do Dem.

No depoimento, a testemunha afirma que Marco Gárcia falou a Ronilson que Kassab havia ganhado verdadeira fortuna da empresa controlar - responsável pela inspeção veicular na cidade. E que o dinheiro, em espécie, ficava depositado no apartamento de Kassab.

Segundo ela, quando o Ministério Público passou a investigar o contrato entre a controlar e a prefeitura, Kassab pediu ajuda de Marco Garcia para tirar o dinheiro de lá. Marco providenciou a retirada do dinheiro e um avião para levar a quantia para uma fazenda no estado do Mato Grosso. Até o momento, as investigações não envolvem o ex-prefeito Gilberto Kassab.

A testemunha não apresentou nenhuma prova das acusações que fez. Mas, na avaliação dos promotores, o depoimento é importante por causa da proximidade que a testemunha tinha com Ronilson Bezerra – acusado de ser o chefe do esquema de corrupção.
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